domingo, 10 de outubro de 2010

Observações do Hubble revelam superaquecimento nos primórdios do Universo


O Hubble, fotografado no espaço em 2009. Telescópio detectou efeito da radiação dos quasares há 11,3 mil milhões de anos

Durante um período de aquecimento universal há 11 mil milhões de anos, quasares - o núcleo brilhante de galáxias activas - produziram jatos de radiação que atrofiaram, o desenvolvimento de algumas galáxias anãs por aproximadamente 500 milhões de anos.

A conclusão está sendo apresentada por um grupo de cientistas que utilizou o Telescópio Espacial Hubble para sondar o Universo remoto. Os resultados aprecem na edição de 10 de Outubro do Astrophysical Journal.

Os astrónomos identificaram essa era, de 11,7 a 11,3 mil milhões de anos atrás, quando a luz ultravioleta das galáxias ativas arrancou electrões de átomos de hélio. Esse processo, conhecido como ionização, aqueceu o hélio intergaláctico de 10.000º C a 22.000º C. Isso impediu que o gás se aglomerasse para dar origem a novas gerações de estrelas em algumas galáxias menores.

Michael Shull, da Universidade do Colorado-Boulder, e sua equipa estudaram o espectro da luz ultravioleta produzida por um quasar e encontraram sinais de hélio ionizado.

O Universo passou por uma fase quente inicial há mais de 13 mil milhões de anos, quando a energia das primeiras estrelas ionizou o hidrogénio interestelar criado no Big Bang. Essa época é chamada de reionozação, porque os núcleos de hidrogénio encontravam-se ionizados imediatamente depois do Big Bang.

O Hubble determinou que foram necessários mais dois mil milhões de anos antes que o Universo produzisse radiação suficiente para reionizar também o hélio primordial. Essa radiação não veio de estrelas, mas de gigantescos buracos negros.

fonte: Estadão

Sem comentários:

Enviar um comentário