sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Novo mapa de crateras da Lua dá pistas sobre passado do Sistema Solar

Nova teoria sobre taxa de bombardeio por asteroides nos primórdios do Sistema Solar ganha apoio


Mapa de relevo do centro-norte do lado oculto da Lua, feito pela LRO

As marcas na superfície da Lua são testemunha da barragem de impactos de cometas, asteroides e outros detritos espaciais que atingiram o satélite durante boa parte de sua história. Como o registo geológico de muito dessa sequência permanece intacto, cientistas tem contado com a Lua para reconstituir o passado caótico do Sistema Solar.

Na edição desta semana da revista Science, investigadores apresentam o primeiro catálogo uniforme e completo das grandes crateras lunares, algo que poderá lançar luz sobre o bombardeamento planetário que caracterizava o Sistema Solar interior há mais de 4 mil milhões de anos.

A equipa usou dados do Altímetro Laser Orbital Lunar, um dos instrumentos a bordo da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da Nasa, para identificar e mapear 5.185 crateras com 20 km de diâmetro ou mais.

A partir da contagem e da análise das crateras, a equipa, que inclui investigadores da Universidade Brown, do MIT e da Nasa, determinaram que as regiões mais antigas da Lua são o sul do lado próximo e o centro-norte do lado oculto. O grupo também confirmou que a Bacia Aitken-Polo Sul é a depressão mais antiga, o que significa que amostras trazidas de lá serão inestimáveis para a compreensão da Lua e do Sistema Solar interior.

As descobertas "contam-nos algo da infância do Sistema Solar interior", disse, em nota, James W. Head III, geólogo planetário de Brown, e principal autor do artigo que descreve o trabalho. "Há muito a fazer", acrescentou, dizendo que missões futuras, robóticas ou tripuladas, terão bastante trabalho científico a realizar.

Uma importante descoberta trata da corrente de objectos que colidia pelo Sistema Solar interior nos primórdios. Por anos, a teoria predominante  era a de que a Lua tinha sido atingida por projécteis que mantinham uma proporção constante entre objectos grandes e pequenos, o que os cientistas chamam de "distribuição tamanho-frequência".

Em 2005, essa distribuição foi questionada por um artigo na Science, o geólogo da Universidade do Arizona Robert Strom  levantou a hipótese de que a taxa entre objectos grandes e pequenos atingindo a Lua teria variado durante seu primeiro bilhão de anos de existência.

O novo trabalho apoia essa hipótese. Os investigadores estudaram crateras formadas no início da história da Lua e as compararam com crateras posteriores, e determinaram que as superfícies mais antigas apresentavam um número maior de marcas de impacto de grandes objectos.

fonte: Estadão

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