sábado, 4 de agosto de 2012

Biólogos encontram anfíbio raro em RO






Atretochoana eiselti não tem pulmões, apesar de ser um animal considerado grande

Espécie de cobra-cega pode chegar a até 1 metro e tinha apenas dois exemplares conhecidos.

Cinco exemplares da espécie Atretochoana eiselti, anfíbio de corpo alongado, cilíndrico e de pele lisa que pertence à família das chamadas cobras-cegas, foram encontrados perto do local de obras de uma  central hidreléctrica no rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondónia. O animal seria o maior anfíbio apulmonado já encontrado. 

O animal é considerado raro, já que apenas dois exemplares da espécie haviam sido descobertos até então e não havia informações claras sobre a região onde habitavam. 

Os biólogos encontraram seis anfíbios - três foram devolvidos ao rio, um morreu e os outros dois foram recolhidos e enviados a centros de estudo.

Os anfíbios foram recolhidos no resgate de animais conduzido durante o processo de secagem do leito do rio, chamado de ensecadeira. 

O método foi fundamental para que os animais fosse encontrados, segundo o biólogo Juliano Tupan, analista socioambiental da Santo António Energia, empresa responsável pelas obras.

Para Tupan, um dos aspectos mais importantes da descoberta é a confirmação do local onde o Atretochoana eiselti vive - os exemplares encontrados anteriormente, preservados no Museu de História Natural de Viena e no departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília, não têm procedência específica.

"Só redescobriríamos a espécia graças a um processo de ensecadeira. Agora temos certeza de que esse animal está presente na bacia do rio Madeira e no Pará", diz o biológo, referindo-se a outros dois exemplares encontrados também recentemente na Ilha do Mosqueiro, em Belém.

Com a coleção de exemplares ampliada, as perspectivas de estudo da espécie se ampliam. Um dos aspectos que deve chamar a atenção dos investigadores é o facto de o anfíbio ser apulmonar e respirar pela pele. 

"Agora podemos fazer novas recolhas, já que temos a certeza de onde encontrar esses animais. Vamos compreender mais sobre sua biologia, fisiologia funcional, como seu modo de respiração. Também acreditamos que ele se alimenta de pequenos peixes e vermes, mas não há nada comprovado", conclui Tupan.

fonte: Estadão

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