quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sepultura de cão em Alcácer do Sal tem 7.600 anos

O cão foi sepultado nos amontoados de conchas deixados pelos caçadores-recolectores

Um laboratório inglês de Oxford confirmou que a sepultura de um cão mais antiga do Sul da Europa se localiza em Alcácer do Sal e que tem 7.600 anos, informou hoje a Universidade de Lisboa.

O anúncio acontece quase um ano depois da descoberta da sepultura, nas escavações do concheiro mesolítico (do período entre 10.000 a 6.000 A.C.) das Poças de S. Bento, em Alcácer do Sal. Um concheiro é uma estação arqueológica com grande acumulação de moluscos.

Segundo o laboratório da Universidade de Oxford, a sepultura tem 7.600 anos e a dieta do animal incluía cerca de 25% de proteínas de origem marinha, o que "provavelmente reflete a alimentação dos seus donos".

A datação foi obtida num acelerador de partículas, depois de preparadas as amostras obtidas a partir de pequenas costelas do animal.

O resultado das análises confirma que os caçadores-recoletores mesolíticos da Península Ibérica enterravam os cães em necrópoles, uma prática conhecida no Norte da Europa, mas que até agora não estava documentada no Sul.

As ossadas estão conservadas no seu estado original pela intervenção de técnicos do Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, "onde será brevemente exposto", segundo o seu diretor, Luís Raposo, citado na nota da universidade.

A partir do dia 25 continuam os trabalhos de escavação, no âmbito do programa de investigação das equipas das Universidades da Cantábria e de Lisboa.

O local foi descoberto em julho de 2011.


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