quinta-feira, 21 de junho de 2012

Pinturas rupestres com 28.000 anos são as manifestações pictóricas mais antigas descobertas até ao momento na Austrália












Um grupo de investigadores encontrou recentemente as manifestações de arte mais antigas de que há conhecimento na Austrália. 

Datadas de há de 28.000 anos, a famosas rochas de Narwala Gabammang, descritas como a Capela Sistina da arte pré-histórica da Austrália , situam-se em "Arnhem Land", na região norte deste continente, informou a Universidade de Southern Queensland.

A descoberta foi feita pelo professor Bryce Barker e Lara Lamb a partir de um pequeno fragmento de granito que foi encontrado quando escavavam uma fração deste sitio arqueológico.

Pesquisas anteriores tinham descoberto vestígios que provam que o abrigo rochoso de Narwala Gabammang foi ocupado desde há 45.000 anos, e numa zona vizinha já tinham sido descobertos artefactos com mais 35 mil anos.

O grande abrigo de Narwala Gabammang é um dos mais ricos locais da arte rupestre aborígene situada na Austrália e uma das maiores do mundo. "Este sítio é descrito como a’ Capela Sistina da arte rupestre ‘, devido à extensa cobertura da arte no teto da gruta", diz o professor Barker.

A arte rupestre é muito difícil de datar, pelo que não não se sabia exatamente quando estas pinturas foram feitas, embora seja sabido que o local foi ocupado desde há cerca de 45.000 anos.

Um nota de imprensa da Universidade de Southern Queensland explica que em junho de 2011 foi realizada uma descoberta notável. A terra escavada pelo Professor Barker e por Lara Lamb foi enviada para o laboratório arqueológico para classificação e análises em outubro do ano passado. Entre essas amostras foi detetado um fragmento de granito e todos ficaram surpreendidos ao descobrir que nele existia um pedaço de desenho realizado a carvão.

De acordo com os cientistas, a importância desta descoberta reside no facto de este fragmento ter sido recolhido numa camada estratigráfica inferior, logo correspondente aos primeiros níveis de ocupação do abrigo. Além disso, o facto do desenho ter sido realizado a carvão permitiu que ele fosse datado com alguma precisão recorrendo a métodos de datação absoluta.

Uma equipa de especialistas liderada pela Drª Fiona Petchey do laboratório da Universidade de Waikato obteve através do método do radiocarbono uma datação próxima dos 28.000 anos para o pedaço de desenho realizado a carvão que se encontrava no pequeno fragmento de granito.

A Universidade de Queensland refere que estão todos muito surpreendidos com esta descoberta. Mas depressa defendeu, em articulação com o projeto “The Jawoyn Homeland Project” que o local tem que ser rentabilizado através de uma oferta de turismo ecológico e cultural que permita a manutenção e gestão destes ancestrais locais, criar empregabilidade local e manter a integridade dos sítios culturais, através de um processo adequado que concilie todos estes interesses.

O objetivo é ajudar a manter a integridade destes lugares pela visitação continuada, pelo envolvimento comunitário e pela partilha de conhecimentos. Daí que se considere a importância crucial o o projecto designado “The Jawoyn Homeland Project”, uma associação local que congrega uma comunidade constituída por investigadores e pessoas que habitam na região, sendo esta uma oportunidade para os habitantes de Arnhem Land e das localidades que de desenvolvem nas suas imediações participarem e envolverem-se na gestão e preservação dos seus lugares históricos.

Por isso, a Universidade propõe que o mundo seja informado desta descoberta, pois só assim se conseguirá ter algumas repercussões económicas através da criação de empregos na comunidade onde se insere o abrigo de Narwala Gabammang.

Gabammang Nawarla foi descoberto em junho de 2006 por Chris Morgan numa investigação de rotina efetuada num vale de Arnhem Land. É um abrigo de grande dimensão, com galerias onde se concentram centenas de pinturas rupestres. 


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