O planeta Vénus poderá ser visto em junho durante o trânsito em frente ao Sol, um fenómeno que não ocorrerá novamente até 2117 e ajudará na busca de exoplanetas, informou na quarta-feira a revista britânica "Nature".
Vénus, o segundo planeta do Sistema Solar em ordem de distância do Sol e o terceiro menor, transitará diante do "astro rei" entre 5 e 6 de junho, disse o astrónomo Jay Pasachoff, da Williams College (EUA), em um artigo publicado pela revista.
"Esperamos que o trânsito de Vénus nos proporcione uma visualização de exoplanetas", explicou o astrónomo. Apesar de Vénus ser visível a partir da Terra em poucas ocasiões, Pasachoff confia que neste ano a visualização seja melhor que a de 2004, já que a actividade solar é mais intensa agora.
Os investigadores aproveitam estes fenómenos para testar novas técnicas e métodos de visualização de planetas distantes da Terra.
"Os cientistas de hoje enviam sondas espaciais a outros planetas para uma apuração mais detalhada, mas a observação desses fenómenos a partir do nosso planeta nos proporciona uma informação única e nos dá a oportunidade de melhorar nossos métodos de busca a exoplanetas", explicou Pasachoff.
O fenómeno será registado pelo satélite da Nasa "ACRIMSAT", que oferecerá uma imagem similar à obtida a partir de outros satélites e telescópios como o Kepler, especificou o cientista.
A equipa de Pasachoff se concentrará no estudo da atmosfera de Vénus, visível graças aos raios que atravessarão durante o percurso pela frente do Sol. Os dados recopilados serão comparados com os obtidos na observação das atmosferas de exoplanetas, destacou o astrónomo.
Desde o século XVII, quando foram inventados os primeiros telescópios, Vénus se deslocou pela frente do Sol em seis ocasiões (1639, 1761, 1769, 1874, 1882 e 2004).
Em todos eles, os cientistas realizaram centenas de estudos e medições com o objetivo de resolver um dos maiores mistérios da astronomia da época: calcular a distância entre a Terra e o Sol.
Pasachoff reconheceu que é cedo para saber como ajudará no estudo dos trânsitos no Sistema Solar na observação dos exoplanetas distantes, mas ressaltou que esses deslocamentos são raros e não devem ser desperdiçados.
"Devemos isso aos futuros astrónomos, especialmente para aqueles que observarão o fenómeno em 2117", disse Pasachoff.
fonte: Yahoo!
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