quinta-feira, 12 de abril de 2012

O fim inglório do “navio fantasma ”



A Guarda costeira dos EUA acabou por afundar o navio japonês sem tripulação que se aproximava das costas do Alasca.

Os ecologistas dão o alerta: o navio Ryou-Un Maru foi apenas o primeiro caso. Mais de um milhão de toneladas de lixo, arrastadas pelo tsunami do ano passado das zonas costeiras do Japão, aproximam-se das costas do Alasca. 

O navio japonês foi detetado junto às costas do Canadá ainda em março. Na altura, a Guarda Costeira preveniu que o navio, estando à deriva, devia ser urgentemente rebocado para qualquer porto ou teria que ser afundado uma vez que representava risco para a navegação.

O proprietário do Ryou-Un Maru foi encontrado mas ele recusou o navio de volta. Veio a saber-se que a embarcação já era destinada à reciclagem e que não tinha quase nenhum combustível a bordo.

Subitamente, apareceu o barco canadiano "Bernice C", que deveria rebocar o Ryou-Un Maru para a margem. Mas os norte-americanos não esperaram por ele e afundaram o navio japonês.

Recorde-se que em 11 de março de 2011, a região nordeste do Japão foi abalada por um terremoto de 9 graus. A catástrofe, denominada de Grande Terremoto Oriental, provocou um tsunami de 40 metros de altura.

Em resultado deste desastre natural, morreram ou desapareceram mais de 19 000 pessoas. Cerca de 380 000 casas foram destruídas ou danificadas .

A onda do tsunami levou o navio Ryou-Un Maru para longe das costas japonesas. Ora, os ambientalistas consideram que o navio foi apenas o primeiro. A catástrofe do ano passado provocou uma verdadeira “onda de lixo”. 

Milhões de toneladas de destroços de casas, carros, frigoríficos, televisões e outros objetos mais pequenos, arrastados para o oceano Pacífico, aproximam-se inexoravelmente das costas de outros países. 

Segundo os cálculos dos cientistas, a parte principal dos destroços irá alcançar as zonas costeiras da América do Norte em 2013.

Algumas pessoas têm receio da contaminação radioativa das margens. Recorde-se que o terremoto e o tsunami no Japão provocaram ainda a fuga de substâncias radioactivas da central nuclear de Fukushima-1.

Por isso, parte do lixo levado pelas ondas desta região pode ser radioactivo. Ao mesmo tempo, a maioria dos ecologistas considera que o maior perigo advém não dos destroços que estejam à deriva, mas sim da água radioactiva lançada para o oceano pela própria central nuclear, como refere Konstantin Zagurovski, perito do Fundo de Vida Selvagem.

“Se o lixo é proveniente da região de Fukushima, há grande probabilidade de ter elementos radioactivos. No entanto, o problema principal não está de maneira nenhuma nestes pedaços de casas ou de automóveis. O problema maior é o permanente vazamento de água radioactiva (que serviu para o arrefecimento do reator) para o mar. Ela vai se acumulando a pouco e pouco. E tudo isso acaba por chegar a nós, que consumimos o peixe e que estamos no fim da cadeira alimentar. Em geral, a questão do lixo no mar é um grande problema a resolver. Ele tem uma influência tóxica no oceano e nos seus habitantes”.

Entretanto, as autoridades dos EUA já se preparam para resolver o problema. A probabilidade de materiais radioactivos chegarem à costa é considerada mínima: a maior parte dos destroços foi arrastada para o mar antes da fuga de radiação em Fukushima.

As autoridades das regiões costeiras previnem: quando começarem os trabalhos de limpeza da margem há que ter alguns cuidados, já que entre o lixo pode haver objetos que pertenceram a alguém. Eles deverão ser registados e, se houver tal possibilidade, devolvê-los aos seus proprietários.


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