segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Uma légua submarina


Na mesma semana em que os americanos enterravam parte do seu programa espacial – com o último voo de um vaivém à Estação Espacial Internacional – os chineses cravavam a bandeira nacional no subsolo oceânico, no Mar do Sul da China.

O local é disputado pela China e por alguns estados do sudeste asiático há alguns anos, e o gesto ultrapassou a mera simbologia. Foi mais uma prova do despertar acelerado da tecnologia chinesa. Isto porque a bandeira foi colocada a 5.057 metros de profundidade por uma equipa de mergulhadores que seguia, obviamente, a bordo de um submersível. 

Foi um grande passo para a humanidade, mas principalmente para a China, que prova ter à disposição um veículo que consegue ir a fronteiras subaquáticas onde poucos seres humanos conseguiram chegar até agora. 

É de observar que, àquela profundidade, é impossível mergulhar sem algo que nos proteja da forte pressão submarina. E os chineses conseguiram ficar a pouco mais de um quilómetro do actual recorde, que pertence ao submersível Shinkai, 6500, que conseguiu chegar aos 6.527 metros em Agosto de 1989. 

De qualquer modo, o veículo chinês, baptizado Jiaolong – nome de um dragão marinho da mitologia daquele país – tem por objectivo bater esse recorde e chegar aos sete mil metros de profundidade. 

Os testes entretanto continuam, com os militares a demonstrarem interesse e, segundo a agência Reuters, a prepararem um veículo semelhante. 

O que é certo é que o Jiaolong poderá servir para investigação submarina, uma área normalmente privada de missões tripuladas pelas limitações impostas pela pressão subaquática. Vários veículos franceses e americanos – um deles cedido regularmente pelo cineasta James Cameron, que o usou para filmar O Abismo – conseguem mergulhar, mas não tão longe. 

A investigação marinha depende de veículos robotizados, que conseguem descer mais, mas são controlados remotamente à superfície. 

A meta do Jiaolong, para já, é bater o recorde em 2012. E começar a destruir o mito de que o espaço é a última fronteira. Na verdade, são os oceanos. 

fonte: Sol

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