sábado, 6 de agosto de 2011

Serpentes em África ameaçam saúde pública


Mordeduras matam 7 mil pessoas por ano

Estudo inédito revela um milhão e meio de envenenamentos por ano. Apenas 10% das vítimas são tratadas

Um estudo francês revela pela primeira vez o peso dos envenenamentos provocados por serpentes na saúde pública da África subsariana. Todos os anos as mordeduras afectam um milhão e meio de pessoas. Apenas 10% das vítimas são tratadas e 7 mil acabam por morrer. O acesso a antídotos caiu dez vezes desde os anos 80.

A análise foi realizada pelo Instituto de Investigação para o Desenvolvimento (IRD). O autor, Jean-Philippe Chippaux, compilou relatórios clínicos dos últimos 40 anos e fez algumas estimativas com base em dados sobre internamentos hospitalares. Percebe-se, por exemplo, que 95% dos envenenamentos ocorrem em zonas rurais, sobretudo nas plantações. Contudo, há zonas urbanas onde durante a época das chuvas os ataques chegam a representar 10% das hospitalizações. O autor sublinha ainda, em comunicado, que o facto de haver pouco acesso a antídotos - as doses vendidas caíram de 200 mil/ano nos anos 80 para 20 mil no ano 2000 - poderá estar relacionado com os fracos prognósticos. "São remédios dispendiosos e com um efeito curto - três a cinco anos - o que desencoraja a manutenção de stocks."

Chippaux sublinha que mesmo estes números poderão não retratar por completo a realidade. O investigador prevê que sejam necessárias 500 mil doses de antídoto para lidar com o problema dos envenenamentos nos países africanos mais afectados. O estudo estima ainda que haja 7 mil a 14 mil casos de amputação por ano, que prejudicam os rendimentos familiares.

fonte: Jornal i

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