terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Britânico fotografou em Madagáscar camaleão com um centímetro de comprimento


Com apenas um centímetro de comprimento, desde a cabeça à ponta da cauda, não é de estranhar que este seja um animal extremamente difícil de fotografar. Este camaleão é tão minúsculo, que se for colocado em cima de uma das nossas unhas, ainda sobre espaço, diz o Mail Online. O exemplar da foto, da espécie Brookesia, foi descoberto pelo britânico Burrard-Lucas, um fotógrafo especialista em vida selvagem, durante uma expedição no Amber Moutain Park, em Madagáscar.

Burrard-Lucas e o irmão, Matt, tinham acabado de se sentar para almoçar quando os seus olhos treinados descobriram este camaleão minúsculo. O animal estava camuflado, em cima de um monte de folhas, e ficou imóvel o tempo suficiente para que o fotografassem.

Burrard-Lucas, de 27 anos, contou, à sua chegada a Londres: “Foi espantoso. Ele era tão pequenino, que era totalmente impossível de o encontrarmos. Felizmente, o nosso guia local, António, sabia para onde se tinha que olhar”. “Nós estávamos a almoçar quando ele o descobriu num monte de folhas. Os camalões fingem-se de mortos quando pressentem perigo, por isso, pudemos pegar nele com cuidado e colocá-lo em cima da unha de Matt”, acrescentou. “Este é um adulto plenamente desenvolvido, por isso, imaginem o tamanho das crias”, sublinhou.

Madagáscar é também conhecida por pela variedade de espécies minúsculas, cuja evolução se deve ao ecossistema único da ilha. Apesar de ser uma grande massa de terra, está dividida em pequenos ecossistemas, o que dificulta a existência de espécies de grande porte e aos grandes predadores.

“Estávamos lá a participar numa expedição de quatro semanas, com o objectivo de fotografar o máximo de espécies únicas de Madagáscar, por isso, ficámos radiantes por ver esta criatura minúscula”, referiu Burrard-Lucas.

Os camaleões da espécie Brookesia não são tão exuberantes em termos de cores como os das outras espécies, mas também são peritos na arte da camuflagem. Encontram-se sobretudo nos tapetes de folhas das florestas tropicais, são capazes de enganar os predadores disfarçando-se de folhas mortas. A língua destes camaleões é maior do que o seu próprio corpo, permitindo-lhes alimentarem-se de uma variedade de pequenos insectos, como grilos, pelas mariposas, aranahas e até gafanhotos.


Esta espécie tem o estatuto de ameaçada, devido ao comércio ilegal de animais e à perda do seu habitat natural. Há muito tempo que antropologistas e peleontólogos vivem fascinados com os animais de Madagáscar. À excepção da Austrália, cujo território é 13 vezes maior, Madagáscar é o local onde existem mais espécies únicas. A população da ilha inclui 70 espécies de lemures que não existem em mais nenhum sítio, e cerca de 90% dos restantes animais, incluindo mamíferos, anfíbios e répteis são exclusivos deste território.

Madagáscar localiza-se no Oceano Índico, a cerca de 300 quilómetros a leste do continente africano. O seu isolamento e a variedade de terrenos tornam-a um autêntico laboratório vivo para os cientistas estudarem a evolução e o impacte da geografia na evolução das espécies.


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