quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Na Inglaterra, irmãs negras têm, cada uma, filhos branco e negro

Especialista brasileiro afirma que caso demonstra complexidade da genética. Cor da pele é resultante da acção de mais de 50 genes, diz Salmo Raskin.



Sonia (à esq.) com os filhos Cameron e Kyle, e sua irmã Sharon com as filhas Kayleigh e Paige

Sonia é mãe do miúdo Cameron, negro, e Kyle, loiro. Sharon é mãe da menina Kayleigh, loira, e de Paige, negra. Sonia e Sharon são irmãs, ambas negras, e vivem em Birmingham, cidade a noroeste de Londres, Inglaterra. O caso curioso é notícia no site do jornal britânico “Daily Mail”.

Sonia é casada com Phillip Bradley, um branco de 42 anos de idade. Sharon é casada com Malcolm Holloway, 32, também branco. “Os médicos disseram que isso é muito incomum”, conta Sonia, 40 anos. “As pessoas não percebem que eles são gêmeos num primeiro momento, mas ainda não sejam idênticos, assim que eu conto que eles são gêmeos, as pessoas percebem similaridades.”

Segundo Sharon, 35 anos, suas filhas às vezes perguntam por que a cor da sua pele é diferente. “Eu digo a elas que Paige parece-se comigo e Kayleigh é parecido com o pai.”

“Hoje sabe-se que a genética da cor da pele é muito mais complexa do que se imaginava no passado, do que aprendíamos na escola”, explica o médico Salmo Raskin, membro da Sociedade Brasileira de Genética. “Ela é determinada pela somatória da ação de mais de 50 genes, alguns deles trazidos de várias gerações passadas.”

Se os pais das crianças fossem negros, a hipótese seria de albinismo. “Ambos os pais teriam de ter predisposição para a variação genética que causa o albinismo”, diz Raskin, o que seria uma coincidência bastante rara.


Os dois pais, Philip Bradley (à esq.) e Malcolm Holloway. Se os pais das crianças fossem negros, caso poderia ser de predisposição genética para albinismo

Ainda segundo o especialista, há um outro aspecto interessante do caso, que vai muito além da ciência médica. “Essas quatro crianças estão aprendendo desde cedo que as diferenças de cor da pele não têm a mínima importância.”

fonte: G1

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