domingo, 12 de setembro de 2010

Planetas gigantes e quentes podem ter vida curta, diz estudo

Gravidade da estrela que orbitam pode acabar por destruí-los, de acordo com teoria da Nasa

A maioria dos "Jupíteres quentes" que os astrónomos procuram em aglomerados de estrelas provavelmente já foram destruídos há tempos, diz artigo aceito para publicação no Astrophysical Journal. Os autores, John Debes e Brian Jackson, da Nasa, levantam a hipótese para explicar por que nenhum planeta de trânsito - mundos que cruzam a linha de visão entre suas estrelas e a Terra - jamais foi observado em aglomerados estelares.


Ilustração do planeta sendo destruído pela gravidade estelar

A pesquisa prevê que a busca por planetas actualmente em curso com a missão Kepler terá mais sucesso em aglomerados jovens. "Planetas são difíceis de encontrar", disse Jackson, em nota. "E nós descobrimos mais um motivo para isso".

Quando astrónomos começaram a procurar planetas nos aglomerados globulares de estrelas, há cerca de uma década, havia a esperança de que muitos novos mundos fossem encontrados. Esperava-se que uma busca realizada no aglomerado 47 Tucanae, por exemplo, encontrasse pelo menos uma dezena de planetas entre 34.000 estrelas candidatas. Mas nada foi achado.

Segundo Debes, a grande maioria dos mais de 450 planetas encontrados fora do Sistema Solar estão em órbita de estrelas solitárias, fora dos aglomerados.

A grande densidade de estrelas nos aglomerados sugere que os planetas podem ser arremessados para fora de seus sistemas solares pela gravidade de astros próximos. Além disso, os aglomerados mostram-se pobres em "metais" - astronomicamente, o termo se refere aos elementos químicos mais pesados que o hélio - que são a matéria prima dos planetas.

Debes e Jackson propõem que Jupíteres quentes - planetas gigantes que têm órbitas muito próximas a suas estrelas - são rapidamente destruídos. Nessas órbitas estreitas, a atracção gravitacional entre estrela e planeta reduz a energia da órbita planetária, o que faz com que o planeta chegue cada vez mais perto do astro. Ao longo de bilhões de anos, o planeta acaba mergulhando na estrela ou destroçado por ela.

fonte: Estadão

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