A vector da malária é o mosquito Anopheles
Uma equipa internacional de cientistas produziu um químico capaz de matar em ratinhos o parasita responsável pela malária humana. A descoberta é publicada na revista Science desta semana
O químico, chamado spiroindolones, é de uma família diferente das drogas que existem actualmente, como a artemisina ou a cloroquina, e mostrou uma boa actividade a matar tanto o Plasmodium falciparum como o Plasmodium vivax – as duas espécies que causam a malária mais perigosa.
"Uma droga nova e ideal contra a malária não seria só uma modificação das drogas que existem, mas teria que ter um mecanismo de acção novo. NITD609 tem-no", explica em comunicado Elizabeth A. Winzeler, uma das autoras do estudo, que trabalha para a Novartis. A farmacêutica está envolvida na descoberta do novo químico juntamente com parceiros dos Estados Unidos, Inglaterra e Tailândia.
Segundo a especialista portuguesa Maria Mota, esta descoberta é necessária. "Estamos neste momento sem muitas, ou mesmo algumas, drogas promissoras que possam ser usadas no combate à malária. Uma droga com uma eficiência muito interessante, que actua de forma diferente das drogas em uso, é extremamente atraente e necessária", explicou ao PÚBLICO por e-mail.
A artemisina – a droga mais importante no controlo da malária – mostra em alguns locais do mundo uma diminuição na sua eficiência, o que pode estar associado a uma resistência por parte do parasita. A equipa de investigadores testou com a nova droga a resistência do parasita e detectou mutações em locais do genoma do Plasmodium sp que codificam para uma proteína importante na síntese proteica. O que mostra que o químico inibe a produção de proteínas.
"Sabendo a base de uma possível resistência será sem dúvida mais fácil monitorizá-la. Isso é importante para se poder regular a distribuição do fármaco", explicou Maria Mota, acrescentando que "isso permite começar a pensar em formas de evitar que a resistência surja". Os testes vão passar agora para a primeira fase em humanos.
A malária mata cerca de 800 mil pessoas por ano, a maioria das quais crianças dos países em desenvolvimento da África subsariana.
fonte: Público
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