Quando se tornou primeiro-ministro do Reino Unido, em Maio de 1997, Tony Blair aconselhou a princesa Diana a pôr fim ao namoro com o egípcio Dodi Al Fayed, filho do milionário Mohammed Al Fayed, que era dono dos célebres armazéns Harrods. "Era uma pessoa com tendência para emoções violentas. Quando misturava cólera com ressentimento, isso fazia adivinhar perigo", escreve o antigo chefe do Governo no seu livro de memórias, intitulado A Journey [Uma Viagem]. Blair inventou a expressão 'Princesa do Povo' para qualificar Diana, falecida escassos três meses depois de ele ter ascendido à chefia do Governo de Londres. Nestas memórias, postas à venda na quarta-feira, Blair recorda a princesa de Gales como um "meteorito imprevisível". E também como uma "manipuladora" das emoções alheias, aliás tal como ele próprio.
"Éramos, cada qual à nossa maneira, pessoas manipuladoras que entendíamos rapidamente as emoções dos outros e éramos capazes de jogar instintivamente com elas", recorda Blair, que teve um papel muito importante na recuperação da imagem da monarquia britânica nos dias que se seguiram ao trágico desaparecimento da princesa.
Quando a família real se havia refugiado no castelo de Balmoral e era alvo de crescentes críticas por alegada insensibilidade perante a morte de Diana, Blair convenceu Isabel II a emitir um comunicado destinado a pôr fim ao "abismo" que se ia abrindo entre o povo que chorava a princesa e a monarquia que parecia indiferente à tragédia. "Houve discussões de última hora sobre as palavras precisas a utilizar, mas pareceu-me claro, pelo vocabulário e pelo tom, que a partir do momento em que [Isabel II] decidira reagir, o faria com um talento considerável. O comunicado era quase perfeito. Ela demonstrou que conseguia ser Rainha e avó ao mesmo tempo."
fonte: Diário de Noticias
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