quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Achado na Gronelândia explica morte de mamutes


 Camada de nanodiamantes no gelo da ilha reforça hipótese de impacto de cometa na América do Norte, há 12 900 anos, teoria que tem sido atacada por falta de provas

A descoberta de uma camada de nanodiamantes no gelo na Gronelândia reforça a teoria de que um cometa embateu na América do Norte há 12 900 anos. Este cataclismo levou à extinção dos mamutes que na altura habitavam nas zonas setentrionais e provocou a destruição de cultura humana conhecida por Clóvis.

A teoria do impacto extraterrestre surgiu há três anos e tem sido motivo de grandes discussões na comunidade científica, sobretudo nos Estados Unidos, com algumas das provas a serem desacreditadas durante a controvérsia. Caso se confirme esta descoberta na Gronelândia, a hipótese poderá ganhar um avanço decisivo.

O problema é tentar explicar a extinção de animais de grandes dimensões, incluindo mamutes e tigres-dente-de-sabre, que desapareceram de forma súbita há cerca de 13 mil anos, na América do Norte. A ideia do impacto também poderia esclarecer o desaparecimento repentino da cultura Clóvis, além de permitir compreender as camadas de incêndios que ocorreram pela mesma altura. O clima do hemisfério Norte arrefeceu de repente, um evento chamado Dryas recente, que também poderia ser explicado pelo impacto do cometa.

Como não existe uma cratera, especula-se que o cometa teria caído na camada de gelo que então cobria o Norte do Canadá, derretendo-a parcialmente. Partes deste objecto tombaram noutros pontos, criando megaincêndios. Este terá sido um cataclismo capaz de provocar alterações climáticas globais. Há, por exemplo, indícios de mudanças de clima a nível regional no Médio Oriente, que provocaram migrações populacionais até hoje pouco compreensíveis.

Tudo isto é consistente com a descoberta agora feita na Gronelândia. O trabalho, publicado na revista especializada Journal of Glaciology, foi assinado por duas dezenas de cientistas de várias universidades americanas, incluindo de Maine, Oregon e Califórnia, Santa Bárbara.

A equipa foi liderada pelo arqueólogo de Oregon Douglas Kenneth, um dos proponentes iniciais da hipótese do impacto, mas cujas descobertas têm sido postas em causa por adversários da teoria. Kenneth afirma que a camada de nanodiamantes no gelo tem uma idade a rondar os 13 mil anos.

Os cientistas também afirmam que a descoberta feita na Gronelândia corresponde à primeira camada de nanodiamantes jamais encontrada em gelo glaciar em todo o mundo. As partículas são tão pequenas que só podem ser observadas por microscópios sofisticados. Cada nanodiamante tem a dimensão de um pequeno vírus.

O nome é, aliás, algo enganador, pois o material de minúsculas dimensões é muito mais semelhante à grafite que se encontra nos lápis do que propriamente a diamantes. De qualquer forma, trata-se de carbono cuja formação se dá apenas a grandes temperaturas, por exemplo, num choque a alta velocidade. As concentrações de nanodiamantes encontradas no gelo são 5 milhões de vezes superiores ao normal. Os cientistas ficaram mesmo surpreendidos com as quantidades elevadas que encontraram.

fonte: DN

Sem comentários:

Enviar um comentário