quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Vespa asiática ameaça apicultores do Alto Minho




A presença de uma espécie de vespa asiática (também conhecida por vespa mandarina) que ameaça a produção de mel foi confirmada em nove locais de Viana do Castelo mas a realidade poderá ser mais grave, admitiu a associação do setor.

"Temos nove casos confirmados e mais três situações potenciais, em Ponte de Lima, Barcelos e Amares. É um caso preocupante dada a agressividade desta espécie, que é predadora", explicou hoje à agência Lusa Miguel Maia.

Segundo este técnico da Associação Apícola Entre Minho e Lima (APIMIL), a vespa velutina, de origem asiática, é considerada uma predadora "mais perigosa" do que a espécie autóctone nacional, sendo conhecida por atacar as colmeias.

"Além do problema da biodiversidade, ao prejudicar a alimentação de outras espécies, é uma vespa mais agressiva e faz com que as abelhas não saíam para procurar alimento, porque estão a ser atacadas, enfraquecendo assim as colmeias, que acabam por morrer", explicou ainda.

Aquela que é a maior vespa do mundo é uma caçadora implacável, alimentando-se de outros insetos, como abelhas, outras vespas e louva-a-deus.

Em todo o distrito existem cerca de 8.000 colmeias exploradas por mais de 300 apicultores, atividade que poderá estar em risco tendo em conta também que Viana do Castelo é considerado como "centro de dispersão" da espécie em território português.

"Ainda é cedo para dizer o grau de gravidade do problema, mas o certo é que no país Basco, em Espanha, é já muito sério. Na nossa zona ainda não temos casos de apicultores a queixarem-se de ataques, ou seja estas vespas ainda não entraram nas colmeias, mas poderá acontecer", admitiu Miguel Maia.

Entretanto, vários produtores já começaram a colocar, junto aos apiários, armadilhas artesanais recorrendo a iscos como cerveja, vinho branco ou sardinhas, de forma a capturar as chamadas "vespas fundadoras" mas sem chamar a "atenção" das abelhas.

Segundo a APIMIL, a vespa velutina é originária do sudoeste da Ásia e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, no ano de 2004.

"De então para cá, já conquistou um terço do território francês e colonizou parte do norte de Espanha, em 2010. No ano seguinte a presença foi detetada em Portugal", explica a associação.

Estas armadilhas deverão ser colocadas no terreno entre novembro e dezembro, altura em que as vespas fundadoras saem dos ninhos secundários.

"Neste momento é impossível erradicar esta espécie exótica de Portugal, mas desacelerar a sua progressão e diminuir o seu impacto, é uma tarefa possível através da destruição de ninhos e colocação de armadilhas", sublinha ainda a APIMIL, que está também a apelar à documentação fotográfica da presença desta vespa na região.

fonte: Os Bichos

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