sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Folclore mineiro tem desde tesouros a assombrações gigantescas


Agosto é o mês do folclore, dos mitos e lendas da cultura popular. Histórias diversas que, numa leitura por vezes fantasiosa, dão conta de tempos antigos, da escravidão, da mineração, da pesca, da vida rural e dos dias atuais nas grandes cidades. E se tem uma coisa que mineiro gosta, é de contar caso.

Para Adriano de Paula Rabelo, autor do livro Lendas e Mitos do Povo Brasileiro (de onde alguns dos casos abaixo foram extraídos), essas histórias de nossa tradição popular “não somente revelam nossas preocupações e medos como ensinam posturas, valores e atitudes recomendáveis no processo de viver em sociedade”. 

Confira abaixo algumas das mais populares lendas que permeiam a cultura popular mineira e aguarde outras histórias de arrepiar.



A missa dos mortos – Por volta de 1900, o zelador e sacristão da Igreja de Nossa Senhora das Mercês de Cima, em Ouro Preto, foi acordado no meio de uma noite fria e chuvosa por um alvoroço de passos e vozes na capela, situada ao lado de um cemitério. Pensando tratar-se de ladrões, correu para verificar, e encontrou no templo a realização de uma missa repleta de fiéis esqueletos e conduzida por um sacerdote também de outro mundo. 



A procissão das almas – Em diversas cidades do interior de Minas existe a lenda de procissões sobrenaturais durante a quaresma, quando nenhum morador deve sair às ruas ou mesmo chegar à janela. Conta-se de uma curiosa senhora que decidiu ver a passagem das almas e, da primeira do grupo, recebeu uma vela, que não poderia ser apagada. Assim mesmo, apagou a vela, guardou numa gaveta e foi se deitar. Na manhã seguinte, no lugar da vela, estava um osso humano. Na procissão seguinte, tornou a abrir a janela e devolveu o osso ao grupo de almas, ao qual se juntou naquela mesma semana.



Caboclos dágua – São seres encantados que habitam castelos fantásticos no fundo do rio São Francisco. Castigam pescadores com intenções predatórias que retiram do rio mais do que o necessário para o seu sustento. Em sua fúria, viram e afundam embarcações. Para conquistar sua ajuda com a pescaria, os pescadores colocam um rolo de fumo na ponta do barco como oferenda. 



A mulher de sete metros - Há versões desta assombração gigantesca vagando nos arredores do Fórum de Patos de Minas e também no parque municipal de Montes Claros. Conta-se que seria a alma penada de uma fazendeira bastante rica e possuidora de muitos escravos que teria morrido sozinha como castigo por uma vida de muita maldade.



Tesouros escondidos - Boa parte das lendas mineiras refletem um momento de nossa história. Durante o período colonial, quando houve abundância de ouro e diamantes, era comum que as pessoas escondessem, ou mesmo enterrassem, pedras preciosas para não pagar impostos ou entregá-las a seus empregadores. A fazenda assombrada de Carandaí, e a do Retiro, em Mariana, são apenas duas de dezenas de fazendas tidas como assombradas por guardarem enormes tesouros escondidos. Em ambas, há relatos dos sons, à noite, de correntes de ferro arrastadas e lamentos de escravos torturados.



O tesouro do escravo Isidoro – Conhecido em todo o estado, este caso deu origem à uma caça ao tesouro que atravessa gerações. A lenda conta de um escravo que rompeu com as ordens régias na luta pela libertação de seu povo, escondendo uma enorme quantidade de ouro. Acusado por um de seus seguidores, foi preso, torturado e morto. Segundo conta-se, aos que invocavam sua ajuda na busca pelo tesouro, a alma de Isidoro já teria aparecido e proposto uma série de charadas sobre sua localização. Dentre elas, a dica de que a passagem do cometa Halley, em 1986, indicaria o local exato.



Mãe do Ouro - Um dos mais tradicionais mitos mineiros conta de uma bola de fogo que mostraria onde há jazidas de ouro e que, nela, vem uma mulher muito linda, loura, com um vestido de seda branco que voa pelos ares, refletindo a luz do sol. Diz a lenda que, sempre que ajudava alguém em apuros a encontrar ouro, a mãe do ouro impunha como única condição que ele não contasse a ninguém a localização da mina, sob pena de uma terrível maldição.

fonte:IEPHA/MG

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