sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Arqueólogos encontram a mais antiga oficina para trabalhos em marfim


É a primeira vez que surgem indícios de uma oficina primitiva para trabalhar o marfim, segundo a equipa do Landesamt für Denkmalpflege und Archäologie(Cornelia MOORS)

Foram encontradas, no estado da Alta Saxônia, na Alemanha, peças de material entalhado em marfim de mamute em sítio que data de 35.000 anos.

As últimas escavações no sítio arqueológico de Breitenbach, no estado alemão da Alta Saxónia, encontraram o que pode ser a mais antiga oficina para trabalhos em marfim. 

Uma equipa de arqueólogos identificou peças entalhadas de marfim de mamute, como uma lança. O grupo encontrou também algumas peças inacabadas, como uma vara decorada e um objeto que, pelo entalhe, teria finalidades artísticas. O sítio tem 35.000 anos. 

Os arqueólogos concluíram que o material achado mostra a existência de locais específicos para a confeccção de objetos, no caso com marfim.

Participam da escavação, que começou nos primeiros dias de agosto e segue até 30 de setembro, especialistas de duas instituições alemãs: do Römisch-Germanisches Zentralmuseum (RGZM) (Museu Central Romano-germânico) e do Landesamt für Denkmalpflege and Archäologie (Escritório Estatal para Proteção do Património e Arqueologia).

Os coordenadores do trabalho, Olaf Jöris e Tim Matthis, afirmaram em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira que o marfim provavelmente era obtido de carcaças de animais que tinham morrido no local ou por causas naturais ou caçados por neandertais (Homo neanderthalensis).

Os neandertais foram extintos apenas alguns milhares de anos antes de a localidade ser ocupada por humanos modernos, disseram Jöris e Matthis. É bom lembrar, no entanto, que o os materiais foram confeccionados por humanos 'modernos' (Homo sapiens).

Oficina primitiva — Embora outras expedições já tenham recuperado, na Rússia e na própria Alemanha, objetos pré-históricos feitos de marfim, é a primeira vez que arqueólogos se deparam com indícios de uma oficina primitiva para trabalhar o material, de acordo com a equipa do Landesamt für Denkmalpflege und Archäologie.

A distância entre os objetos encontrados permite estudar como os assentamentos humanos se organizavam e ocupavam um determinado espaço. 

Os trabalhos, de acordo com as instituições, trazem indícios sobre como era a atividade das pessoas no início do Paleolítico Superior, especialmente em relação a organização espacial e, consequentemente, a vida quotidiana entre 34.000 e 40.000 anos atrás. Tal comportamento constituiu a base do modo como nos organizamos hoje.

Sítio antigo — O sítio de Breitencach foi explorado pela primeira vez na década de 1920 e possui um dos mais ricos conjuntos arqueológicos da Europa.

Uma das características do local é que as escavações ocorrem a céu aberto, e não em cavernas. O uso de um mesmo espaço por repetidas vezes, como era comum entre as populações humanas que habitavam as cavernas, tende a apagar vestígios deixados pelos habitantes anteriores.

A área do assentamento que ali existiu pode variar de 6.000 a 20.000 metros quadrados, sendo que as campanhas mais recentes vasculham um espaço de apenas 70 metros quadrados.

A grande extensão de Breitenbach é uma das razões pelas quais os arqueólogos acreditam que ainda há outros objetos que remetam à atividade humana no Paleolítico Superior que podem vir a ser encontrados no futuro. 


SAIBA MAIS
PALEOLÍTICO SUPERIOR

O Paleolítico Superior começou há cerca de 40.000 anos na Europa. Datam do período instrumentos rudimentares, como anzóis e machados de mão. Os materiais mais utilizados para confeccionar objetos eram ossos, pedras e madeira. Aparecem também os primeiros animais domesticados.

fonte: Veja

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