terça-feira, 11 de setembro de 2012

"Sprites" filmados com qualidade pela primeira vez


Fenómenos eléctricos acontecem quando há tempestades.

Quando há tempestades, acima das nuvens e a vários quilómetros de distância da Terra, dá-se um fenómeno conhecido como sprites (espíritos ou duendes), a classe mais conhecida dos eventos luminosos transientes (transient luminous events). Estes fenómenos eléctricos muito luminosos e rápidos são raramente avistados e a forma mais fácil de os apanhar é sobrevoando uma tempestade.

Durante várias décadas, os pilotos de aviões asseguraram que estes existiam, mas só em 1989 foi possível registar um em fotografia. Desde então, cientistas a bordo de aviões conseguiram fotografá-los de vez em quando, mas continua a ser difícil filmá-los metodicamente. Em 2010, foram filmados em vídeo de alta velocidade pela primeira vez na Europa. 

Em 2011, um grupo de cientistas, com a ajuda televisão japonesa NHK, procurou-os com regularidade durante o Verão nos céus norte-americanos. São essas imagens que estão agora disponíveis. Rodado a 10 mil fotogramas por segundo, o filme feito nos céus de Denver (Colorado) é considerado um dos melhores sobre o fenómeno.

Como explica Hans C. Stenbaek-Nielsen, geofísico da Universidade do Alaska, em Fairbanks, “os vídeos são necessários não só porque o fenómeno é muito rápido, mas também porque emite a maior parte da sua luz em tons vermelhos, difíceis de captar pelo olho humano”.

Os sprites são produzidos por campos eléctricos gerados pelos relâmpagos que vão da nuvem para a terra. Podem estender-se desde 45 quilómetros de altura e chegar aos 90 quilómetros. Com duração de 17 milésimos de segundo (ms), ocorre apenas alguns ms depois de um relâmpago gerador. Normalmente, a carga negativa é levada da nuvem para solo, mas uma em cada dez vezes, a carga é positiva, e isso deixa a parte superior da nuvem carregada negativamente. Então, o campo eléctrico sobre e a nuvem pode produzir o sprite.

Em Abril passado, os astronautas da Estação Espacial Internacional também capturaram sprites, dando aos investigadores mais material de estudo.


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