sexta-feira, 6 de julho de 2012

Arqueólogos encontram restos de soldados de 2 mil anos na Dinamarca


Cortes, arranhões nos ossos são marcas que evidenciam extrema violência

Vala contém ossos de cerca de 200 militares; material ajudará a estudar Império Romano.

Arqueólogos dinamarqueses anunciaram na terça-feira, 3, ter encontrado restos de cerca de 200 soldados da época do Império Romano, material que deve abrir novos caminhos nos estudos dos sangrentos rituais de tribos germânicas cultuados há cerca de 2 mil anos. 

Os ossos foram encontrados num pântano perto do vilarejo de Alken, na península de Jutland, oeste da Dinamarca, e em um bom estado de conservação. Os especialistas retomaram as escavações na expectativa de encontrar mais restos.

"Acho que vamos acabar achando restos de bem mais que os 200 corpos encontrados até agora", disse Mads Kahler Hols, arqueólogo da Universidade de Aarhus.

"Descobrimos só uma pequena parte do que esperamos ter encontrado. Nunca vimos nada do tipo na Dinamarca, mas é surpreendente mesmo numa perspectiva continental", acrescentou.

Os primeiros ossos, descobertos em 2009, pertencem a crianças de até 13 anos. Cortes, arranhões e outras marcas mostram que eles foram violentamente assassinados, de acordo com Holst. Mas os investigadores não sabem absolutamente nada sobre a identidade da vítima e dos matadores.

"Esse é um dos grandes mistérios. Não sabemos se são nativos ou estrangeiros. Achamos que é um sacrifício ligado a rituais de guerra e que os soldados derrotados simplesmente foram executados e atirados no lago", analisa o arqueólogo.

Holst diz que os restos são da Idade do Ferro romana, embora os exércitos do império nunca tenham conseguido avançar tanto ao norte durante suas expansões.

"São da época em que o Império Romano se expandiu mais velozmente em direção ao norte", explica, lembrando, porém, que os romanos chegaram no máximo ao que hoje conhecemos como a Alemanha. "Esse conflito pode ter sido uma consequência da expansão, seu efeito no mundo germânico", diz.

Segundo ele, a descoberta pode ajudar a descobrir o que aconteceu nos limites dos domínios do império. "É provável que os restos também contenham informações sobre o nível de organização militar que existia nessa área do norte da Europa naquela época", completa.

fonte: Estadão

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