Muitas florestas europeias, sobretudo nas regiões do Mediterrâneo e do Leste, estão a perder área devido a incêndios, ao turismo de massa e a más políticas, revela um relatório das Nações Unidas hoje divulgado.
Segundo o relatório 'O Estado das Florestas Europeias 2011', do Programa Ambiental das Nações Unidas, apesar das florestas europeias poderem estar a expandir-se cerca de sete mil hectares por ano, muitas continuam ameaçadas pela «fragmentação».
O documento, que cita estimativas do Instituto Florestal Europeu, assinala que todos os anos mais de 50 mil incêndios destroem 500 mil hectares no Mediterrâneo.
O abandono da propriedade florestal e o aquecimento global estão a contribuir para o aumento do risco de fogos na região.
De acordo com o Instituto Florestal Europeu, se não forem adoptadas políticas para combater a desertificação, 80 milhões de pessoas poderão ter, a partir de 2025, apenas acesso a pouco menos de 500 metros cúbicos de água por ano.
O relatório denuncia ainda que na cordilheira dos Cárpatos, que rodeia vários países do Leste europeu, o turismo de massa está a prejudicar o ecossistema.
Nos últimos dez anos, o número de hotéis aumentou quase 60 por cento na região montanhosa que atravessa a República Checa, a Eslováquia, a Polónia, a Roménia e a Ucrânia.
Desde a década de 90 que o processo de reprivatização e transferência de áreas florestais para proprietários particulares resultou na «desintegração da gestão florestal» e na «fragmentação do coberto florestal» nos países dos Cárpatos.
A ONU está a trabalhar com a Comissão Europeia no desenho de mapas das zonas florestais mais fragmentadas, onde o aumento da plantação de árvores poderá restaurar corredores verdes perdidos.
As Nações Unidas esperam que os mapas estejam prontos por altura da reunião ministerial sobre florestas que se realiza entre 14 e 16 de Junho na capital norueguesa, Oslo. O encontro destina-se a melhorar a gestão das florestas com a criação de um instrumento jurídico vinculativo.
fonte: Sol
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