sexta-feira, 3 de junho de 2011

Descoberta minhoca que vive a 1300 metros de profundidade


Halicephalobus mephisto

As minhocas têm sido descobertas a profundidades onde nunca se imaginou poder existir vida. A mais recente foi encontrada numa mina na África do Sul, a 1,3 quilómetros de profundidade, onde a temperatura da água que entra pelas fissuras ascende aos 48º C. O achado deixou os cientistas muito surpreendidos, uma vez que, até agora, pensavam que existia apenas uma bactéria capaz de sobreviver nestas condições, revela a BBC.

Num artigo publicado na revista Nature, a equipa de investigadores escreveu que este é o único organismo multi-celular conhecido a viver a esta profundidade. Os investigadores descobriram duas espécies de vermes. Uma destas espécies, designada Halicephalobus mephisto, a outra, que já era conhecida, foi baptizada de Plectus aquatilis.

Até agora, apenas organismos unicelulares, como as bactérias ou os fungos, tinham sido encontrados a quilómetros de profundidade da crosta terrestre, pensa-se que devido à falta de oxigénio. Mas isso não impediu que os investigadores continuassem a procurar.

O mundo subterrâneo está apenas acessível a alguns poucos cientistas em todo o mundo, que conseguem entrar nas minas de extracção de minério cuja extracção chega a atingir os três quilómetros de profundidade. Aproveitando dois desses locais na África do Sul – Beatrix e Driefontein -, uma equipa internacional de investigadores colocou filtros nos locais por onde as águas subterrâneas são extraídas. Nessas amostras apenas tinham detectado bactérias, pelo que encontrar minhocas foi uma verdadeira surpresa.

“Até me assustei quando as vi mexerem-se”, disse, à BBC, o geo-microbiólogo Tullis Onstott, da Universidade de Princeton, New Jersey (EUA). Estas minhocas conseguem sobreviver com níveis muito baixos de oxigéneo: - 1% dos níveis encontrados na maioria dos oceanos, explicou.

Gaeten Borgonie, um dos membros da equipa de investigação, disse que estas minhocas são muito parecidas com aquelas que habitualmente aparecem nos frutos e à superfície da terra, sendo, provavelmente, suas descendentes. As minhocas que vivem à superfície estão sujeitas a variações térmicas muito elevadas e conseguem sobreviver mesmo sendo congeladas e descongeladas, hidratadas e desidratadas, referiu à BBC.


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