sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Foi sequenciado o genoma do primeiro crustáceo


As dáfnias vivem sobretudo em lagos e águas paradas

O genoma do pequeno crustáceo dáfnia ("Daphnia pulex") foi sequenciado e os investigadores concluíram que tem mais genes do que os seres humanos.

Um terço dos genes da dáfnia são novos para a ciência e esta investigação poderá ajudar a compreender a relação entre os genes e o meio ambiente, dizem os cientistas envolvidos na sequenciação do primeiro genoma de um crustáceo.

A dáfnia tem 31.000 genes, os humanos 23.000, adiantam os autores do estudo publicado na revista "Science" desta semana. Os investigadores sublinham a importância desta espécie como barómetro da presença de toxinas e poluentes no ambiente.

A sequenciação foi feita por vários cientistas do Daphina Genomics Consortium e liderada pelo Centro de Genoma e Bioinformática da Universidade de Indiana, nos EUA. “Mais de um terço dos genes da 'Daphina pulex' não tinham sido ainda identificados em nenhum outro organismo, são totalmente novos para a ciência”, explicou o biólogo John Colbourne, que liderou o projecto.

O grande número de genes da dáfnia deve-se, em grande parte, ao facto de serem copiados em grande número. “Estimamos que o ritmo de reprodução de cópias de genes seja três vezes superior nesta espécie do que noutros invertebrados e 30 por cento superior à dos seres humanos", adiantou Colbourne.

Este crustáceo minúsculo mede apenas cerca de três milímetros, está presente em águas estanques e em lagos e é há muito tempo considerado uma espécie de sentinela dos ecossistemas aquáticos, uma vez que possui uma grande sensibilidade em relação à presença de poluentes. É portanto considerado um modelo para a genómica ambiental, uma área de investigação científica que tem como objectivo compreender as interacções entre os genes e o meio ambiente. É uma área de investigação que permitirá, por exemplo, proteger a saúde das pessoas contra poluentes no meio ambiente.

“Com o conhecimento deste código genético será possível compreender os efeitos de poluentes no ambiente sobre os mecanismos celulares e moleculares para depois os relacionar com situações semelhantes nos humanos”, adiantou James Klaunig, professor de ciências ambientais na Universidade de Indiana e um dos autores deste estudo.

fonte: Público

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