segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Espaço: russo e italiano pisam "superfície marciana"


Astronauta treina recolha de rochas da «superfície de Marte»

O russo Alexandre Smilievski e o italiano Diego Urbina pisaram hoje, pela primeira vez, a "superfície marciana" no quadro da experiência internacional Marte 500, segundo o Centro de Controlo de Voos Espaciais da Rússia.

Numerosos jornalistas presenciaram o momento em direto, através de um ecrã instalado no Centro, nos arredores de Moscovo.

Às 9h de Portugal Continental, Smolievski e Urbina pousaram na "superfície marciana" que, neste caso, se encontra a apenas alguns quilómetros de distância da capital russa, num módulo construído para a experiência no Instituto de Problemas Bio-Médicos de Moscovo (IPBM).

Os "astronautas" colocaram na superfície as bandeiras da Rússia, da China e da Agência Espacial Europeia (ESA) e fizeram um breve discurso de saudação em russo e inglês, depois do qual procederam ao programa de exploração no terreno.

Experiência inédita

Smolievaki, Urbina e outros quatro voluntários rigorosamente selecionados vivem fechados desde junho passado, por um período de 520 dias, num simulador de uma nave espacial que viaja a Marte.

Chegados ao "Planeta Vermelho" a 12 de fevereiro, a tripulação separou-se em dois grupos. Um ficou a bordo da nave na "órbita marciana", enquanto que o outro vai realizar, nos próximos dias, visitas à superfície.

A de hoje foi a primeira. A segunda, em que participarão Smolievski e o chinês Wang Yue, está prevista para o próximo dia 18 de fevereiro. A última, realizada por Smolievski e Urbina, realizar-se-á a 22.

Durante os desembarques, os participantes da experiência vão explorar o terreno com a ajuda de dois veículos robotizados, farão perfurações para encontrar água e realizarão outros simulacros.

O módulo de aterragem deixará a "superfície marciana" no próximo 23 de fevereiro e, no dia seguinte, acoplará à nave principal. A "viagem de regresso" à Terra começará a 1 de Março.

520 dias isolados do mundo

A Rússia está representada no Marte 500 por três voluntários: Alexei Sitev, chefe da expedição, o médico Suirob Kamolov e o investigador Alexander Smolievski. São acompanhados pelo francês Roman Charles, engenheiro de bordo, pelo italiano Diego Urbina e pelo chinês Wang Yue.

O objetivo da experiência consiste em testar os mecanismos de adaptação fisiológica e psicológica às condições de um voo autónomo de longa duração, as particularidades das relações entre os tripulantes e o centro de controlo, assim como o funcionamento de sistemas vitais e de investigação.

Cada um dos voluntários irá receber cerca de 80 mil euros pelos 520 dias de viagem.

Os "astronautas" vivem num espaço de 550 metros cúbicos e contactam com o mundo exterior basicamente através de correio eletrónico.

fonte: Expresso

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