Anfíbios chegam ao Oceanário

No ano da biodiversidade, mostra dá a conhecer espécies e alerta para ameaças à sua sobrevivência

Copas de árvores e águas paradas de zonas tropicais, bosques mediterrânicos ou rios de climas temperados, os habitats estão recriados ao detalhe. Em cada um dos aquaterrários (expositores) reproduz-se um nicho, com a temperatura e a humidade próprias de cada clima, e com todos os pormenores de folhas e musgos, recantos rochosos, charcos, ou águas em movimento. E lá dentro, se se olhar com muita atenção, descobrem- -se os inquilinos: uma pequena rã com a exacta cor das folhas, que só um piscar de olhos denuncia; um tufo de musgo sobre uma pedra que afinal se revela outra espécie de rã; um par de salamandras que se confunde com a terra, na sua imobilidade. E muito mais. É a exposição "Anfíbios Interessantes por Natureza", que a partir de hoje está no Oceanário, no Parque das Nações.

Integrada no circuito da visita normal, esta mostra, que levou cerca de um ano a preparar e envolveu a participação de uma vasta equipa, traz pela primeira vez a este espaço de seres marinhos por excelência 20 espécies de água doce. As que estão nesta exposição de anfíbios, num total de 80 exemplares, distribuídos pelos vários expositores.

"O objectivo é dar a conhecer ao público esta classe de seres vivos, alertar para os problemas ambientais que ameaçam metade das espécies de anfíbios no mundo e, ao mesmo tempo, mostrar que a sua protecção é uma tarefa colectiva, mas que está também ao alcance de cada um de nós", explicou ao DN a bióloga e curadora do Oceanário, Núria Baylina.

As 20 espécies presentes na exposição são representativas dos vários tipos de habitats e de climas existentes no planeta, mas os anfíbios ibéricos têm um cantinho próprio. Em Portugal, nomeadamente, existem 17 espécies e ali podem ser observadas algumas delas, como o tritão-de-ventre-laranja, o sapo-corredor, ou a salamandra-de-fogo. A informação sobre o seu estatuto de conservação e o que é possível fazer para preservar os habitats acompanha cada um dos expositores.

Das 6674 espécies de anfíbios que existem, 1875 estão ameaçadas, algumas criticamente, e cerca de 3300 estão em declínio rápido. No fim da exposição, os nomes das 1875 espécies ameaçadas enchem toda uma parede. Uma mensagem muito directa.

fonte: Diário de Noticias